O papel dos animais na constituição familiar

Os pets são integrantes, membros da família.

Aliviam o coração de quem necessita de companhia, trazem cura, alegria, compaixão e união.

O momento da perda de um integrante da família, geralmente inicia um luto. E o médico veterinário desempenha um papel muito importante neste processo. 

Aquelas frases, muito disseminadas, como: “você ainda está sofrendo assim por isso? ”, “mas era somente um cão”, “compra outro”, “ adota outro gatinho, vai ser igual”, já não têm mais espaço neste cenário atual. 

Viver o luto faz parte do processo

Viver o luto, é um processo que a pessoa, que a família irá passar, e neste momento, tanto a família quanto a equipe médica, desempenham papel importante. 

O médico veterinário e as pessoas que trabalham com animais, devem estar preparadas também para este momento do luto.

Um momento sensível que requer muito acolhimento e que não deve, em hipótese nenhuma ser questionado.

O que a equipe médica pode fazer, para acolher as famílias no momento da perda?

Ter um local próprio para a pessoa se sentir confortável para expressar seus sentimentos, como uma sala onde possa existir conforto e privacidade.

Local esse, onde ela possa ficar, com os outros membros da família, para que possam exprimir sua tristeza e se unirem para um abraço afetuoso, pelo tempo que for necessário.

Ofereça água, um local agradável, permitindo que a família vivencie aquilo juntos, se possível, com o pet junto, para que eles tenham e formalizem o momento da “despedida”.

Acima de tudo, respeite o momento – evite muito barulho e conversas paralelas nas salas e corredores. A empatia deve ser praticada.

Se mostrar disponível, acolhendo a família com um abraço, palavras reconfortantes e até mesmo uma boa explicação do que aconteceu. Ou mesmo, nenhuma explicação, respeitando o tempo e o momento do(s) tutor(es). Cada um vai lidar da forma que conseguir.

Dê tempo para que pessoa entenda o que está acontecendo – neste momento tudo que for dito após a notícia do óbito, pode não ser ouvido – a equipe deve ter sensibilidade, para não ficar cobrando e nem muito menos apressando os processos burocráticos. Eles serão realizados, mas não naquele momento.

Respeite o momento, pois pode ser o pior momento daquele tutor!

Não será um momento fácil, mas a equipe deve ser o mais sensível e acolhedora possível, para que tudo seja menos traumático para aquela família enlutada.

Por vezes, foram muitos anos de convivência, e mesmo que tenham sido poucos, a perda é dolorosa e o processo está apenas iniciando.

As crianças podem não entender o ocorrido, num primeiro momento, por isso converse com o tutor antes, se a notícia deve ser dada na frente da criança ou não.

São cuidados e ações que podem fazer a diferença e a perspicácia nesse momento, se torna uma aliada da equipe.

O luto vai ser processado, vivido, mas podemos , com gestos simples, demonstrar empatia, acolhimento, afeto e compaixão – nada técnico, mas totalmente humano!

Camila Willemann 

Médica Veterinária 

CRMV-SC 4255

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